quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Acerca da Unicepe - Edição

Depois de iniciar este blog com um artigo (ao qual darei, provavelmente, continuidade, mais tarde, já que razões para divagar entre os livros há-as de sobra), deixo, finalmente, aos seus futuros leitores e participantes uma mensagem de boas vindas.


Era minha intenção elucidar-vos acerca de algumas boas razões para divagar entre os livros, na Unicepe, mais especificamente, mas isso é algo que guardarei para apresentar-vos ao longo do tempo.


Por agora, publico aqui a lista de livros publicados, até hoje, pela Cooperativa, uma das muitas possíveis formas de iniciar uma sua apresentação.

Edições Unicepe:

Liberdade de Imprensa e Dignificação da Palavra, Nuno Teixeira Neves - Ensaio (esgotado)
Um Nome para o seu Filho e para a sua Filha, seguido de Os Escritores e os Nomes- (Caricaturas de Celso Hermínio), Arnaldo Saraiva - Ensaio (esgotado)
Negativos, Fernando Guerreiro (Caricaturas de Celso Hermínio) - Ensaio
Coisismos, Paulo Varela Gomes - Ensaio
Capital-Mueda - 2ªediç.Maio 1993, Jorge Ribeiro - Ficção (esgotado)
Alpondras, Manuel Amaral Conto – Teatro
Camões, grande Camões… - 184 poemas de homenagem, de 111 poetas nacionais e 73 estrangeiros em 8 línguas - Ilustrações de António Menano e Roberto Merino) (Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho - Poesia
Uma História da Abelhinha e outra do Cão Mico, Manuel Amaral (Ilustrações de António Cardoso) - Conto infantil
Mar inVerso, Milton Miranda - Poesia
Gente, Terras, Dia a Dia, Manuel Amaral - Poesia
Risadinha, Rosa Maria Valente Soares - (Ilustrações de Lídia Duarte) - Conto infantil
Venite in Silentio, Risoleta Pinto Pedro - Ficção
Comunicação, Lógica e Retórica Forenses, José Vigário Silva - Direito
A Circulatura do Quadrado - Alguns dos mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria É a Língua Portuguesa, Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho - Poesia
Pimpão e os Leões, Domingos de Oliveira - Conto infantil
Poemas Imperfeitos, Maria Virgínia Monteiro - Poesia

(Livros que encontrarão com facilidade numa visita à Unicepe, e de que falarei em pormenor, mais tarde)

Natália Reis

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Razões para divagar entre os livros

I
Há pouca razão, geralmente, numa deambulação literária, mas arrisco enunciar boas razões para a incursão numa. Roland Barthes disse n’O Prazer do Texto, que este, o prazer do texto, era o momento em que o seu corpo seguia as suas próprias ideias, pois este não tinha ideias coincidentes às dele. Também o meu corpo não é totalmente regido pelo que dita a minha consciência, no que tenho de mais racional. De mais – isolada, ilusória, verdadeiramente – eu.
Das palavras (quando, na inteireza do que expressam, assumem o seu carácter orgânico) releva um misto de perturbação e de prazer. Uma leitura opera em sentidos diversos, implicando sempre que se tome posição – quer seja de repulsa, de indiferença, ou de admiração. As emoções, das que nos desperta um texto, carregam traços do que, de tão quase visceral, é tão obscuramente vida.
Daí que me seja tão perversa a existência de uma enorme quantidade de livros que jamais poderei ler (ainda que vivesse para lá da mais ousada velhice), que me corroa a presença de alguns intrusos que se fazem passar por eles, que me fascine e tumultue ver, numa parte deles, mesmo que ínfima, transcrito o que de mais íntimo sustenta o meu ser por inteiro.
E por haver palavras, frases impressas na imensurabilidade das folhas, cujo dom é o da alteração do espírito dos homens, se renova, a cada dia, o que é diante de nós exposto, a fim de conquistar-nos. A exigência cresce de forma proporcional ao desenvolvimento – cabe a nós decidir. Por isso, divago interminavelmente entre os livros, esperando, ávida, por um momento em que me abandono ao que, fora e dentro de mim, neles explode.
Natália Reis