segunda-feira, 6 de julho de 2009

A Metamorfose do Livro

Muito se tem discutido que caminho tomará o livro, quando, a cada dia, o desenvolvimento tecnológico permite que descubramos novas formas de ler, sem recurso ao papel. É certo que há quem defenda que a morte deste objecto já esteve mais longe de poder ser declarada, e quem afirme, com veemência, que, embora de um modo progressivamente mais imediato, o livro jamais deixará de ser criado pela via tradicional, funcionando o digital como um seu complemento. Esta é, aliás, uma ideia apoiada pelas transformações a que, ao longo do tempo, se tem assistido, com a chegada de novos meios de comunicação. Dificilmente um mais recente suplantará o anterior, podendo ambos existir em sintonia.
Todos sabemos que um livro é muito mais que um simples conjunto de folhas impressas. Um livro pode ser sentido e cheirado, riscado e sublinhado, anotado e dobrado. Podemo-lo adaptar às nossas mãos e aos nossos desejos enquanto leitores. A metamorfose do livro não implica, necessariamente, que se percam estas possibilidades. Com o aperfeiçoamento das ofertas de leitores digitais, a opção cheirar pode, ou poderá, vir a ser considerada. Porém, ainda que as edições tenham uma tiragem cada vez menor, e o ambiente agradeça que se interiorize a preocupação com o uso desenfreado de recursos que não são inesgotáveis, o livro adquiriu um lugar inabalável na cultura de muitos para quem este objecto não irá sucumbir.
Natália Reis

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